Vacina do Butantan tem eficácia global superior à exigida pela OMS
Pesquisa com 12,5 mil voluntários em 16 centros científicos no Brasil atesta que imunizante oferece ampla proteção contra o coronavírus
Pesquisa com 12,5 mil voluntários em 16 centros científicos no Brasil atesta que imunizante oferece ampla proteção contra o coronavírus
O Instituto Butantan e o Governo de São Paulo informam que a
vacina contra o coronavírus obteve 50,38% de eficácia global no estudo clínico
desenvolvido no Brasil, além de proteção de 78% em casos leves e 100% contra
casos moderados e graves da COVID-19. Todos os índices são superiores ao
patamar de 50% exigido pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Os resultados foram submetidos a um comitê internacional
independente e já estão com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), que analisa o pedido de uso emergencial do imunizante no Brasil. A
pesquisa envolveu 16 centros de pesquisa científica em sete estados e o
Distrito Federal. O teste duplo cego, com aplicação da vacina em 50% dos
voluntários e de placebo nos demais, envolveu 12,5 mil profissionais de saúde.
“É uma excelente vacina esperando para ser usada em um país
onde morrem, no momento, em torno de mil pessoas por dia. Esperamos que as
autoridades entendam o momento e ajudar nossa população a receber as vacinas o
mais rapidamente possível”, afirmou o Diretor do Instituto Butantan, Dimas
Covas.
“Os dados são extremamente importantes no impacto da saúde pública,
impedindo que as pessoas adoeçam de forma grave e sobrecarreguem hospitais. É a
possibilidade de impedirmos que as pessoas morram”, disse o Secretário de
Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn. “Temos uma vacina que foi testada na vida
real, no meio de uma pandemia e naqueles que eram mais expostos”, acrescentou.
O estudo verificou que a menor taxa foi registrada em casos
de infecções muito leves, considerados score 2 e verificados em pacientes que
receberam placebo. De uma amostragem de 9,2 mil participantes, 85 dos casos
muito leves foram de pessoas que receberam vacina, e 167 em voluntários que
tomaram placebo.
Já o resultado de eficácia dos casos leves, classificado
como score 3, em pacientes que precisaram receber alguma assistência, foi de
77,96%, sendo que sete pessoas haviam recebido a vacina, e outras 31, placebo.
Para os casos moderados e graves que necessitaram de
hospitalização, a eficácia foi de 100%. Nenhum paciente infectado que recebeu a
vacina do Butantan precisou de internação. Entre os que tomaram placebo, houve
sete pacientes que precisaram de internação.
Todo os voluntários são profissionais de saúde, com risco
muito alto e contínuo de exposição ao coronavírus. Eles receberam duas doses da
vacina, com intervalos de duas semanas entre cada aplicação. A pesquisa também
demonstrou que o imunizante é extremamente seguro – nenhuma reação adversa
grave foi registrada entre os participantes.
A vacina é desenvolvida pelo Butantan há pouco mais de seis
meses, em parceria internacional com a biofarmacêutica Sinovac Biotech, sediada
em Pequim. O produto é baseado na inativação do vírus Sars-CoV-2 para induzir o
sistema imunológico humano a reagir contra o agente causador da COVID-19. A
tecnologia é similar à de outras vacinas amplamente produzidas pelo instituto
de São Paulo.
Em novembro, a revista científica Lancet, uma das mais
importantes no mundo, publicou os resultados de segurança da vacina do Butantan
nas fases 1 e 2, realizados na China, com 744 voluntários. A publicação mostrou
que o produto é seguro e capaz de produzir resposta imune em 97% dos casos em
até 28 dias após a aplicação.
O Butantan já dispõe de 10,8 milhões de doses da vacina em
solo brasileiro. No final de março, a carga total de imunizantes
disponibilizados pelo instituto é estimada em 46 milhões de doses. O Plano
Estadual de Imunização tem início previsto para o próximo dia 25.
O resumo do estudo clínico com os dados de eficácia para os
diferentes tipos de casos do coronavírus está disponível para download em https://issuu.com/governosp/docs/apresenta__o_instituto_butantan__1_
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