Preço da cesta básica aumentou em todas as capitais em 2020
Salário mínimo do trabalhador deveria ser equivalente a R$ 5.304,90 para uma família com dois adultos e duas crianças
A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada
pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese), indicou que os preços do conjunto de alimentos básicos necessários
para as refeições de uma pessoa adulta conforme Decreto-lei
399/1938, aumentaram em todas as capitais em 2020.
As maiores altas foram registradas em Salvador, de 32,89%, e
Aracaju, 28,75%. Em Curitiba foi observada a menor elevação, de 17,76%.
De novembro para dezembro de 2020, o custo da cesta foi
maior em nove cidades e menor em oito, com destaque para as elevações de João
Pessoa (4,47%), Brasília (3,35%) e Belém (2,96%). As maiores diminuições foram
registradas em Campo Grande (2,14%) e Salvador (1,85%).
Em São Paulo, a cesta custou R$ 631,46, com alta de 0,36% na
comparação com novembro. No ano de 2020, o preço do conjunto de alimentos subiu
24,67%.
Poder de compra
Com base na cesta mais cara que, em dezembro, foi a de São
Paulo, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente
a R$ 5.304,90, o que corresponde a 5,08 vezes o mínimo vigente, de R$ 1.045,00.
Segundo o órgão, o cálculo é feito levando-se em consideração uma família de
quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta
para o conjunto das capitais, considerando um trabalhador que recebe salário
mínimo e trabalha 220 horas por mês, foi, em dezembro, de 115 horas e 8
minutos, maior do que em novembro, quando ficou em 114 horas e 38 minutos.
Quando comparado o custo da cesta ao salário mínimo líquido,
ou seja, após o desconto referente à Previdência Social - alterado para 7,5% a
partir de março de 2020, com a Reforma da Previdência -, verificou-se que o
trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em dezembro, na média,
56,57% do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma
pessoa adulta. Em novembro, o percentual foi de 56,33%.
Fonte: Agência Brasil